quarta-feira, 21 de setembro de 2011

E precisa ser normal?


Nem eu entendi por que fui tão sincera numa conversa de mesa de bar, um negócio que poderia ter sido qualquer coisa de romântico, profundo, maior... Mas a infusão de cachaça naquela noite em Salvador me deixou à vontade, como nunca antes com um cara, pra compartilhar uma angústia tão minha.

Hoje, faxinando a casa de bonecas (onde vivo atualmente), encontrei no meio de um monte de cadernos e apostilas velhas um texto, escrito à mão, com uma parte de um diálogo entre Clementine e Joel, de Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, que eu nem me lembrava mais de ter anotado - é da época em que ler roteiros de filmes famosos era hobby, já faz um tempo que não faço isso.

Relendo o trecho, eu percebi que a angústia que sinto há algum tempo e que compartilhei no bar do Pelourinho está ligada ao modo como eu - e também a Clementine - penso sobre a vida...

CLEMENTINE:
My goal, Joel, is to just let it flow through me, do you know what I mean? It's like... There's all these emotions and ideas and they come quick and they change and they leave and they come back in a different form and I think we're all taught we should be consistent. Y' know? You love someone - that's it. Forever. You choose to do something with your life - that's it, that's what you do. It's a sign of maturity to stick with that and see things through. And my feeling is that is how you die, because you stop listening to what is true, and what is true is constantly changing. You know?

Eu disse pra ele que acho que eu nunca vou ser de uma pessoa só.